CPMI que investiga descontos indevidos no INSS ouve Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social
Lupi na CPMI: “Minha falha maior foi não ter dado dimensão ao rombo” A CPMI que investiga descontos indevidos em benefícios de aposentados do INSS ouviu ...

Lupi na CPMI: “Minha falha maior foi não ter dado dimensão ao rombo” A CPMI que investiga descontos indevidos em benefícios de aposentados do INSS ouviu nesta segunda-feira (8) o ex-ministro da Previdência Social. Carlos Lupi comandou a pasta de janeiro de 2023 a maio de 2025. Ele pediu demissão nove dias após a operação da Polícia Federal e da CGU - Controladoria-Geral da União para combater as fraudes. Segundo as investigações, os desvios ocorreram de 2019 a 2024 e podem passar dos R$ 6 bilhões. O Jornal Nacional mostrou que, em julho de 2023, o então ministro foi alertado sobre o aumento expressivo de descontos não autorizados em aposentadorias, durante uma reunião do Conselho Nacional da Previdência. Nesta segunda-feira (8), em depoimento na comissão mista, Lupi disse que a primeira vez que ouviu falar em descontos irregulares foi em março de 2023 e, depois disso, o INSS levou um ano para criar novas regras para tentar frear os descontos nas aposentadorias. Questionado por parlamentares, Carlos Lupi disse que não tinha dimensão do tamanho das fraudes: "Nós nunca tivemos a capacidade de mencionar o tamanho, o volume que esses criminosos fizeram dentro do INSS. Só foi possível isso depois da investigação que pela primeira vez teve efeito da Polícia Federal. Quando a Polícia Federal investigou para valer, ela colocou à tona esse processo e agora sim a gente tem uma dimensão que eu não tinha na época. Não tinha mesmo, sou sincero em dizer. Talvez minha falha maior tenha sido essa: não ter dado dimensão do rombo que era isso”. CPMI que investiga descontos indevidos no INSS ouve Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência Social Jornal Nacional/ Reprodução O relator, deputado Alfredo Gaspar, do União Brasil, insistiu: “Ministro, em 2024 houve uma suspensão coletiva de descontos associativos baseada em milhões de irregularidades relacionadas a isso. Já não era um pressuposto suficiente para o senhor tomar alguma providência?”. “O INSS é uma autarquia autônoma. Esses assuntos sempre foram tratados pelo INSS. O INSS chegou a fazer uma medida, uma IN, Instrução Normativa, para coibir isso. Não deu o resultado que nós esperávamos, é aí que está a falha. Porque se isso tivesse dado o resultado que nós esperávamos, nós não estaríamos aqui hoje explicando isso. Infelizmente, falhamos nisso, falhamos em ter uma ação mais enérgica do INSS para coibir”, disse Carlos Lupi. LEIA TAMBÉM Convocações de Lupi, 'Careca do INSS' e mais: CPI começa com 910 requerimentos na fila CPMI tem dificuldade para encontrar 'Careca do INSS' e aciona polícia para intimá-lo, diz presidente da comissão