Epstein recebeu bilhete com 'piada' sobre venda de mulher para Trump, apontam novos arquivos
Bilhete mostra 'piada' com venda de mulher de Epstein para Trump Reprodução A Câmara dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (8) a íntegra de um cad...

Bilhete mostra 'piada' com venda de mulher de Epstein para Trump Reprodução A Câmara dos Estados Unidos divulgou nesta segunda-feira (8) a íntegra de um caderno produzido em 2003 por amigos e pessoas próximas de Jeffrey Epstein para comemorar os 50 anos do bilionário. Em uma das páginas, há um bilhete que faz uma "piada" sobre a venda de uma mulher a Donald Trump por US$ 22,5 mil. ✅ Clique aqui para seguir o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp O material foi entregue por advogados do espólio de Epstein aos parlamentares americanos. O álbum reúne mensagens de amigos, familiares e assistentes do bilionário, coletadas pela então parceira dele, Ghislaine Maxwell. Um dos bilhetes, assinado pelo empresário Joel Pashcow, insinua que Epstein teria vendido uma mulher "totalmente depreciada" para Trump. "Jeffrey mostrando talentos precoces com dinheiro e mulheres! Vendeu [nome censurado] 'totalmente depreciada' para Donald Trump por US$ 22.500. Também mostrou precoces 'habilidades sociais'. Mesmo tendo sido eu quem conduziu o negócio, não recebi nem o dinheiro nem a garota!", diz o texto. Acima do bilhete, há uma foto em que Epstein aparece segurando um cheque falso em nome de Trump. O rosto de uma mulher que aparece na imagem foi coberto. O Wall Street Journal afirmou que a mulher citada no bilhete rompeu os laços com Epstein em 1997. Rica e de origem europeia, ela tinha cerca de 20 anos na época, segundo a reportagem. Fontes disseram ao jornal que a jovem foi um "ponto de tensão" na amizade entre Epstein e Trump. Pessoas próximas ao bilionário afirmaram que ele ficou chateado quando ela preferiu sair com o atual presidente dos EUA. O advogado da mulher, que não teve o nome revelado, disse ao WSJ que ela não manteve nenhum relacionamento amoroso com Trump ou Epstein. Ele afirmou ainda que ela não tinha conhecimento da carta e classificou o conteúdo como "repugnante". Além do caderno, a Câmara também divulgou o último testamento do bilionário, um acordo de não-acusação da Justiça e uma lista de contatos que ele mantinha desde 1990. LEIA TAMBÉM Em meio a tensões com a Venezuela, secretário de Guerra dos EUA faz visita surpresa a navio enviado ao Caribe Suprema Corte libera governo Trump a deter imigrantes que falem inglês com sotaque ou espanhol Primeiro-ministro da França cai após derrota no Parlamento e aumenta crise no governo Macron Bilhete de Trump Partido Democrata divulga suposta carta de Trump a Epstein com desenho de mulher nua Reprodução O caderno revelado pela Câmara também inclui uma suposta carta enviada Trump a Epstein. O documento traz uma mensagem datilografada dentro da silhueta de uma mulher nua desenhada à mão. A assinatura “Donald” aparece abaixo da cintura da figura. O texto termina com a frase: “Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo.” O conteúdo da carta havia sido revelado pela primeira vez em julho pelo jornal The Wall Street Journal, que reproduziu apenas o texto, sem mostrar o documento original. Na ocasião, Trump negou a autoria, entrou com um processo contra o jornal e pediu uma indenização de US$ 10 bilhões. Leia, a seguir, a tradução da suposta carta: Narrador: Deve haver mais na vida do que ter tudo. Donald: Sim, existe, mas não vou te dizer o que é. Jeffrey: Nem eu, já que também sei o que é. Donald: Temos certas coisas em comum, Jeffrey. Jeffrey: É verdade, pensando bem. Donald: Enigmas nunca envelhecem, você já notou? Jeffrey: Na verdade, isso ficou claro para mim da última vez que te vi. Donald: Um amigo é uma coisa maravilhosa. Feliz aniversário — e que cada dia seja mais um maravilhoso segredo. Em julho, Trump negou ter escrito a carta ou desenhado uma mulher nua: "Nunca pintei um quadro na minha vida. Não desenho mulheres", disse. "Não é a minha linguagem. Não são as minhas palavras." Nesta segunda-feira, logo após a divulgação da página com a suposta carta, o vice-chefe de gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, questionou a autenticidade do documento e disse que a assinatura apresentada é diferente da usada por Trump. Logo após a divulgação do arquivo, o vice-chefe de Gabinete da Casa Branca, Taylor Budowich, questionou a autenticidade da carta e disse que a assinatura que aparece na correspondência é diferente da usada por Trump. A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, classificou a carta como falsa e afirmou que "está muito claro que o presidente Trump não desenhou essa imagem e nem a assinou". "A equipe jurídica do presidente continuará a levar adiante o processo [contra o Wall Street Journal] de forma agressiva", publicou. Apesar das dúvidas levantadas pela Casa Branca, veículos da imprensa americana resgataram documentos da década de 1990 em que a assinatura de Trump aparece semelhante à que consta na suposta carta. Epstein x Trump Jeffrey Epstein: quem foi, quais crimes cometeu e qual a associação com Trump Jeffrey Epstein tinha conexões com milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, ele foi acusado de aliciar dezenas de meninas menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Em 2008, Epstein chegou a firmar um acordo com a Justiça para se declarar culpado. Em 2019, o caso voltou à tona, quando autoridades federais consideraram o acordo inválido e determinaram a prisão do bilionário por tráfico sexual. O bilionário morreu na cadeia poucos dias depois de ser preso. Segundo as autoridades, ele tirou a própria vida. Durante a campanha eleitoral de 2024, o então candidato Trump prometeu divulgar uma lista com os nomes de pessoas supostamente envolvidas no esquema de exploração sexual liderado por Epstein. Em fevereiro deste ano, alguns documentos chegaram a ser publicados pelo governo. Em um desses arquivos, o nome de Trump aparece ao lado de outras pessoas em registros de voos ligados ao bilionário. É de conhecimento público que os dois foram próximos nos anos 1990. Trump, no entanto, não é investigado nesse caso. Ainda em fevereiro, a procuradora-geral Pam Bondi chegou a insinuar que havia uma lista de clientes de Epstein sobre a mesa dela para ser revisada. Esse documento, no entanto, nunca foi divulgado. Mais recentemente, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que não existe nenhuma lista de clientes nos documentos relacionados à investigação. O próprio presidente Trump passou a afirmar que a tal documento é uma farsa. A mudança de versão irritou a base de apoiadores do republicano. Muitos desses eleitores compartilham teorias da conspiração sobre o caso Epstein e exigem a divulgação completa das informações sobre a rede de exploração sexual. VÍDEOS: mais assistidos do g1